CONSELHO DE ÉTICA APROVA CASSAÇÃO DE EDUARDO CUNHA
O
Conselho de Ética da Câmara dos Deputados aprovou hoje o pedido de cassação do
mandato do presidente afastado da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) por quebra de
decoro parlamentar. Por 11 votos a nove, os deputados acataram o parecer do
deputado Marcos Rogério (DEM-RO) que afirma que Cunha quebrou o decoro ao
mentir sobre ter contas no exterior durante depoimento na Comissão Parlamentar
de Inquérito (CPI) da Petrobras.
O
voto da deputada Tia Eron era considerado decisivo (PRB-BA) e por isso o mais
aguardado. A parlamentar foi aplaudida na sessão após declarar seu voto a favor
do relatório. Já o deputado Wladimir Costa (SD-PA), considerado aliado de
Cunha, causou surpresa ao mudar de opinião sobre o parecer e votar contra o
presidente afastado.
Segundo
o relator, Cunha é o dono de pelo menos quatro contas nna Suíça: Köpek; Triumph
SP, Orion SP e Netherton. Ao pedir a cassação de Cunha, Rogério disse que as
contas são verdadeiros “laranjas de luxo”. “Estamos diante do maior escândalo
que este colegiado já julgou, não se trata apenas de omissão, de mentira, mas
de uma trama para mascarar a evasão de divisas, a fraude fiscal", disse
Rogério. “Estamos diante de uma fraude, de uma simulação de empresas de papel,
de laranjas de luxo criadas para esconder a existência de contas no exterior”,
acrescentou.
Cunha
nega a propriedade das contas, mas admitiu ter o usufruto de ativos geridos por
trustes estrangeiros.
O
processo de Cunha no Conselho de Ética é considerado o mais longo no colegiado
e foi marcado por inúmeras manobras que protelaram a decisão dessa terça-feira.
A representação contra Cunha foi entregue pelo PSOL e Rede à Mesa Diretora da
Câmara, no dia 13 de outubro de 2015.
A Mesa, comandada por Cunha, levou o
prazo máximo de 14 dias para realizar a tarefa de numerar a representação e
enviá-la ao Conselho de Ética, o que retardou o início dos trabalhos do
colegiado. O processo só foi instaurado quase um mês depois da representação,
em 3 de novembro de 2015.
Agora
o processo contra Cunha precisa ser analisado em plenário. Para que Cunha tenha
o mandato cassado, é preciso pelo menos 257 votos, a maioria absoluta dos 513
deputados.
FONTE:
Agência Brasil
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