ODEBRECHT ADMITE TER PAGO MAIS DE R$ 3,3 BILHÕES EM PROPINA EM 12 PAÍSES
Em
acordo de delação premiada firmado com autoridades norte-americanas, a
Odebrecht e uma de suas subsidiárias, a Braskem, admitiram ter pago mais de US$
1 bilhão, cerca de R$ 3,3 bilhões, em propina a funcionários do governo em 12
países, entre eles o Brasil, seus representantes e partidos políticos. De
acordo com documentos divulgados hoje (21) pelo Departamento de Justiça dos
Estados Unidos, representantes da Odebrecht confessaram o pagamento de propina
de US$ 788 milhões, desde 2001, enquanto a Braskem admitiu ter pago
aproximadamente US$ 250 milhões, entre 2016 e 2014.
Em
acordo firmado com autoridades brasileiras, norte-americanas e suíças, a
Odebrecht e a Braskem, braço da empreiteira que atua no setor petroquímico, se
declararam culpadas por várias fraudes e concordaram em pagar uma multa total
de pelo menos US$ 3,5 bilhões em penas globais para resolver o que é
considerado o maior caso de suborno estrangeiro na história.
Segundo
Departamento de Justiça dos Estados Unidos, a Odebrecht criou um departamento
exclusivo para gerenciar o pagamento de propina. Na Divisão de Operações
Estruturadas, executivos da empresa gerenciavam o “orçamento sombra",
usado para pagar propinas e subornos no Brasil, Angola, Argentina, Colômbia,
República Dominicana, Equador, Guatemala, México, Moçambique, Panamá, Perú e
Venezuela.
"A
Odebrecht e a Braskem usaram uma unidade de negócios da Odebrecht - um
Departamento de Suborno, por assim dizer - que sistematicamente pagou centenas
de milhões de dólares para corrupção de funcionários governamentais em países
de três continentes", o disse vice-procurador-geral adjunto do
Departamento de Justiça dos Estados Unidos, Sung-Hee Suh.
Nos
termos do acordo de culpabilidade divulgado pelos Estados Unidos, em 2006 o
esquema de pagamento de propinas dentro da empreiteira evoluiu de tal forma que
a Odebrecht criou a "Divisão de Operações Estruturadas". Até 2009, o
chefe do departamento reportou-se aos mais altos níveis da Odebrecht, inclusive
para obter autorização para aprovar pagamentos de suborno. Depois de 2009, a
responsabilidade foi delegada a outras empresas de negócios no Brasil e nas
demais jurisdições.
Para
ocultar as atividades fraudulentas, a Divisão de Operações Estruturadas
utilizava um sistema de comunicações “completamente separado” e “off-book”, que
permitia aos membros da divisão comunicarem-se uns com os outros e com
operadores financeiros externos com segurança, por e-mails e mensagens
instantâneas, usando nomes de código e senhas.
Já
a Braskem, usando o sistema Odebrecht, autorizou o pagamento de subornos a
políticos e partidos políticos no Brasil, bem como a funcionários da Petrobras.
Em troca, a Braskem tinha benefícios, como tarifas preferenciais da Petrobras
pela compra de matérias-primas utilizadas pela empresa e legislação favorável.
FONTE:
NoMInuto.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário